segunda-feira, 6 de agosto de 2012

SINA DE MARIA II

Flor da espirradeira

SINA DE MARIA II
*
Maria era tão bonita
Mimosa flor do lugar,
Com o filho d’um coronel
Começou a namorar
Mas todo mundo sabia,
Que o ricaço só queria
A Maria engambelar.
*
Como já estava escrito
Romance pouco durou
Maria crendo em promessas
Ao tal rapaz se entregou
Seguindo seu coração
Que explodia de paixão
Bem depressa engravidou.
*
Maria viu sua sina
Mudar da noite pro dia.
Era grande seu tormento,
Mas ninguém lhe acudia.
Sua barriga aumentava,
Seu vestido encurtava
E o desespero crescia.
*
Maria desesperada
Foi embora do sertão,
Estava desnorteada
Não suportou a pressão.
Foi triste sua partida
Mas parti era saída
Em busca de solução.
*
Distante da terra amada
Até chorou de saudade
Porém engoliu o choro
Encarando a realidade
Desdobrando-se Maria,
Plantou e colheu alegria
Longe de sua cidade.
*
A renomada Maria
Não voltou mais ao sertão.
Quando aparece por lá
É via televisão,
Às vezes também ela é vista
Em jornal ou em revista
Porém renega seu chão.
*
Foto e Texto de Dalinha Catunda