quinta-feira, 14 de junho de 2012

A primeira livraria dedicada exclusivamente a comercializar livros da área de Biblioteconomia


Por Hanna Gledyz, especial para biblioo

RIO – Nesta entrevista, Paulo Paulino, idealizador da Livraria virtual Livros de Biblio, fala como surgiu a ideia de comercializar livros para um público tão seguimentado como os bibliotecários e os frutos que esta iniciativa vem rendendo.

Paulo Paulino
Paulo Paulino

Hanna Gledyz: Como surgiu o livrosdebiblio?
Paulo Paulino: Trabalho faz 20 anos no comércio de livros, sendo assim, naturalmente fico atento às questões relacionadas a essa atividade. Quando estava no curso de Biblioteconomia na UNIFAI- SP, notei a dificuldade dos colegas em adquirir livros da área. Foi o suficiente para eu começar a pesquisar e montar uma bibliografia bem completa dos livros utilizados no curso e claro, identificar seus fornecedores. Comecei a vender os livros na sala de aula e logo estendi o negócio para todos os alunos do curso, na faculdade. Em seguida, visando atender outras faculdades, acabei optando por uma livraria virtual. Me pareceu a idéia mais acertada, pois é uma forma de atender o Brasil todo com uma operação relativamente pequena. Nesta última etapa, buscamos um parceiro, o CEDET, que realiza a operação logística da livraria virtual como despacho, gestão do estoque e gestão tecnológica.



H. G.: Qual a missão da empresa?
P. P.: A livrosdebiblio tem a missão de reunir num só lugar o que há disponível no mercado editorial ligado a área de Bibliotecomia, arquivística e ciência da informação e facilitar o acesso do profissional e do estudante a esse material.

H. G.: A empresa investe em iniciativas de marketing para divulgar a sua marca?
P. P.: Procuramos divulgar nossa marca em eventos da área onde montamos estandes. Estamos estudando a criação de um espaço de palestras virtuais gratuitas e de oferta de cursos online para a área. Se os estandes em eventos nos aproximam da pessoal real, essas iniciativas virtuais são uma forma que encontramos de unir as pessoas no “espaço” virtual.

Estande de livros no SENAC-SP

H. G.: Quais são produtos e/ou serviços que a livrosdebiblio oferece hoje?
P. P.: Hoje trabalhamos, exclusivamente, com livros em catálogo, mas dentro em breve promoveremos cursos e palestras on-line, como dito acima.

H. G.: Existe um mercado apto a esses produtos e/ou serviços?
P. P.: Acredito que sim. Existe no Brasil aproximadamente 28 mil bibliotecários e mais ou menos 30 cursos universitários na área, e os alunos tem interesse em adquirir os produtos, haja vista a dificuldade em adquirir os livros.

H. G.: Que dificuldades a empresa encontrou ao longo do caminho?
P. P.: A livrosdebiblio iniciou suas atividades em outubro do ano passado, posso dizer que no momento nossa maior dificuldade é a aquisição das publicações. Muitos títulos estão esgotados e tantos outros que estão disponíveis apresentam sempre alguma dificuldade em adquiri-los.

H. G.: Atualmente a empresa está envolvida ou apóia algum projeto social?
P. P.: Não estamos envolvidos ainda, porém já estamos planejando ações ligadas a doação de livros por entidades empresariais e repassarmos a entidades de apoio às comunidades carentes em Campinas-SP.

H. G.: Como é que se faz para contatar a livrosdebiblio?
P. P.: Pelo nosso site: www.livrosdebiblio.com.br. Para falar comigo, livrosdebiblio@gmail.com. Para assuntos relacionados ao site como sugestões e/ou informações: livros@cedet.com.br.

H. G.: Vocês acreditam que o poder público tem despertado para essa questão das bibliotecas, da informação de um modo em geral? Como é que vocês enxergam essa questão?
P. P.: Acredito que qualquer iniciativa por parte do poder público é bem-vinda. Mas precisam sair do discurso e partir logo para a prática. O poder público, seja ele na esfera nacional, estadual ou municipal, está cheio de boas intenções, mas precisa “botar a mão na massa”.

H. G.: Como você enxerga o mercado editorial da área de Biblioteconomia aqui no Brasil?
P. P.: Na parte editorial, noto um mercado difícil. Editoras pouco profissionais, muitos livros esgotados sem perspectiva de reimpressão e/ou reedições são casos recorrentes. Da parte dos autores vejo uma falta de interesse em escrever e produzir novos livros.

H. G.: A Revista Biblioo agradece a entrevista e se vocês quiserem fazer as considerações finais, o espaço está aberto.
P. P.: Agradeço imensamente a oportunidade aberta nesta entrevista para falar de nosso trabalho. Parabenizamos a Revista Biblioo pela disposição em participar ativamente do cenário da biblioteconomia, divulgando experiências e informações dos profissionais. Conte conosco sempre, obrigado.

Hanna Gledyz é editora da seção Conectado.