A catalogação RDA – Recursos de Descrição e Acessos está causando uma reviravolta na catalogação internacional, alguns a amam outros a odeiam.
O Sistema de Catalogação RDA é um esquema proposto pela International Federation of Library Associations and Institutions – IFLA (Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias) para substituir o Código de Catalogação Anglo-Americano, também conhecido como AACR2. Na década de 1960 a IFLA iniciou o processo de revisão de seus princípios de catalogação, os relatórios foram apresentados com um novo modelo conceitual denominado FRBR (Functional Requiriments for Bibliographic Records – Requisitos Funcionais para Registros Bibliográficos), que serviram de base para os novos rumos da padronização catalográfica estabelecida pela RDA. O JSC (Joint Steering Committee for Development of RDA – Comitê Misto Permanente para a Revisão das Regras Anglo-americanas de Catalogação), responsável pelo desenvolvimento do novo padrão optou em nomear as mudanças apresentadas no relatório como RDA. Em 2010 três bibliotecas nacionais norte-americanas encabeçaram os testes com RDA, ao todo 26 instituições de portes diferentes, arquivos, bibliotecas públicas, acadêmicas e escolares participaram dos testes. Embora necessite ainda de alguns ajustes, os resultados dos testes apontaram que o fator motivador da aplicação do RDA são as urgentes necessidades de mudanças de acesso a informação, em especial a digital.
Entre os profissionais da área de catalogação cresce a preocupação em entender o RDA. Embora, se trate da produção de registros armazenáveis para a pesquisa e recuperação de catálogos tradicionais, o RDA foi concebido para ser aplicado em ambiente digital e com tecnologias de bases de dados existentes, baseia-se em um conjunto de instruções práticas alicerçadas em um conceito teórico que define a forma, a estrutura e o conteúdo desta nova padronização de catalogação, entre os principais modelos conceituais destacam-se: o FRBR e o Functional Requirements for Authority Data – Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade (FRAD). O FRAD é uma extensão do modelo FRBR utilizado para dados de autoridade, ambos são responsáveis por coletar os dados utilizados pelo usuário no processo de pesquisa propondo, por exemplo, o agrupamento de registros bibliográficos, ou seja, relaciona obras e seus criadores, essa característica possibilita que o usuário desenvolva melhor a pesquisa, já que terá acesso a diferentes edições, traduções ou até mesmo formatos físicos das obras.
A catalogação tradicional passou por transformações causadas pela diversidade nas publicações e nas plataformas de conteúdo da informação, alterando o comportamento de profissionais bibliotecários e também dos usuários das bibliotecas, as normas de RDA vêm dar ao bibliotecário e outros profissionais de informação um instrumento prático, moderno e de grande importância para o exercício profissional. O impacto de sua aplicação afeta não somente os catalogadores, mas também os fornecedores de sistemas de bibliotecas e de documentação. O desafio é grande, mas acredita-se que o resultado final será satisfatório, a nova realidade de gestão da informação se despe dos formatos atuais e se enquadra a nova realidade da tecnologia digital e registros informacionais.
Fonte: Vértice Books | Cátia Cristina Souza
Fonte: http://blog.crb6.org.br