SEM MEDO DE MONTAR
*
Andei montando um cavalo,
Pras bandas do meu sertão.
Sua fama percorria
Toda aquela região.
Em cavalo não confio,
Porém sendo desafio,
Encaro a situação.
*
Ele me olhou de soslaio
Porém não me intimidou.
Passei a perna por cima,
A sela me acomodou
Eu gostei da montaria,
Ele bravo se exibia,
Só que não me derrubou.
*
Pra ver sua reação,
Eu enfiei o chicote.
Ele então me chacoalhou,
E disparou no pinote
Numa aventura assassina,
Segurei na sua crina
Me enroscando em seu cangote.
*
Horas me faltava céu.
Horas me faltava chão.
Hora nenhuma faltou,
Foi mesmo disposição.
Porém ele parecia,
Que aos poucos esmorecia,
Penando em minha mão.
*
Se o bruto ficou domado,
Isto não posso dizer.
Só sei que segue meu rastro
Isto posso perceber,
Escuto seu relinchar
Porém só volto a montar
Atendendo o meu querer.
*
Texto e foto de Dalinha Catunda