quarta-feira, 14 de março de 2012

SEM MEDO DE MONTAR

SEM MEDO DE MONTAR 
*

Andei montando um cavalo,
Pras bandas do meu sertão. 
Sua fama percorria 
Toda aquela região. 
Em cavalo não confio, 
Porém sendo desafio, 
Encaro a situação.
*
Ele me olhou de soslaio
Porém não me intimidou. 
Passei a perna por cima, 
A sela me acomodou 
Eu gostei da montaria, 
Ele bravo se exibia, 
Só que não me derrubou.
*
Pra ver sua reação,
Eu enfiei o chicote. 
Ele então me chacoalhou, 
E disparou no pinote 
Numa aventura assassina, 
Segurei na sua crina 
Me enroscando em seu cangote.
*
Horas me faltava céu.
Horas me faltava chão. 
Hora nenhuma faltou, 
Foi mesmo disposição. 
Porém ele parecia, 
Que aos poucos esmorecia, 
Penando em minha mão.
*
Se o bruto ficou domado,
Isto não posso dizer. 
Só sei que segue meu rastro 
Isto posso perceber, 
Escuto seu relinchar 
Porém só volto a montar 
Atendendo o meu querer.
*
Texto e foto de Dalinha Catunda