José Acaci
Lembro que no tempo que eu era estudante
pregavam pra nós um futuro brilhante,
e eu escutando ficava radiante
focado no brilho da luz do progresso.
A gente sonhava poder estudar,
fazer amizades, saber trabalhar,
e achar um caminho para nos levar
a um reino encantado chamado sucesso.
Achar uma pedra no meio da estrada
seria comum na longa jornada,
mas não mudaria nossa caminhada,
nem a nossa meta de seguir em frente.
Retirando as pedras da estrada da vida,
a pedra do ódio seria banida,
pois ela não deixa curar a ferida
das marcas das pedras da vida da gente.
Havia nos livros um belo poema
que tinha na “pedra” o centro do tema,
e que retratava um grande problema
que a humanidade iria enfrentar.
“A Pedra”, metáfora de um grande poeta,
tão literalmente cumpriu sua meta,
vagou pelo tempo, voou como seta,
e em nosso caminho veio se alojar.
O poeta Carlos Drumond de Andrade
rasgou a cortina da realidade
e profetizou pra sociedade
seu triste destino e seu desalinho.
Naquele momento nem ele sabia
que aquele poema era a profecia
que a pedra de crack, comum hoje em dia,
seriaessapedra no nosso caminho.