domingo, 12 de fevereiro de 2012

Baseado em pensamento de Madre Tereza de Calcutá

Allan Sales


I
Este mote foi criado
A partir do pensamento
Um consolo por alento
Pra você ficar ligado
É mote aqui postado
Pra dizer coisa ferina
A palavra que combina
Assim diz Madre Tereza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
II
A beleza é atrativa 
Tem princípio meio e fim
Pra você e para mim
Toda criatura viva
A idade é corrosiva
Nosso tempo determina
Climatério que culmina
Disso nós temos certeza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina



III
A beleza é um conceito
Que depende da cultura
Bela toda criatura
Que nos lembra o perfeito
Muito corpo tem defeito
Vaidade é tão ladina
Masculina ou feminina
Variando de grandeza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
IV
E você mulher bonita
Que desfila qual gazela
O feitiço que revela
Muita coisa que não dita
A beleza assim descrita
Como veio numa mina
O que é belo então defina
Um princípio a incerteza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
V
As feias que me perdoem
Beleza é fundamental
O Vinícius afinal
As palavras dele soem
Muito embora que destoem
Do real que a vida ensina
Mulher bela que domina
Faz de hormônio a correnteza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
VI
Com o peso da idade
Cai de tudo na mulher
Da cabeça até o pé
É a lei da gravidade
Bisturi usa à vontade
E quer parecer menina
Mas não dá adrenalina
Nem na rola dá dureza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
VII
Ela então estica tudo
Fica com boca de pato
Nova não fica de fato
Usa um busto peitudo
A ciência faz estudo
Essa tal de medicina
Ela então se recombina
Pra dar uma de princesa
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
VIII
A TV mostra beldades
De beleza sem igual
O modelo é ideal
Longe das realidades
Vemos as variedades
Natureza é tão fina
O DNA rumina
Assim é na natureza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
IX
A beleza é ilusão
Muitas vezes nos engana
Pode ser coisa tirana
Pode ser a condição
A beleza é sedução
Armadilha mais ladina
Um corisco que fulmina
Ofuscando com clareza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
X
Uma coisa transitória
O caráter permanece
Todo belo assim perece
Como coisa ilusória
Tem a sua trajetória
Ao ocaso se destina
Quem pra isso não atina
Pode padecer tristeza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
XI
A beleza que desperta
Os impulsos do desejo
Vem assim nesse lampejo
Pode dar em rota incerta
É porteira bem aberta
Que a vontade assim bolina
Como ave de rapina
Nos envolve com esperteza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
XII
Pode ter quilos a mais
Celulite sem problema
A beleza sendo um tema
De polêmicas gerais
As mulheres ideais
Fotoshop é uma mina
Um programa que refina
E sem muita sutileza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
XIII
A beleza na história
Envolveu muito vivente
Seres de alma carente
Viram assim na trajetória
De beleza envoltória
Para tanta messalina
De amante e concubina
Deixou gente indefesa
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
XIV
A beleza que encanta
Natural todo atrativo
Excitando quem é vivo
O tesão que se agiganta
A beleza sendo tanta
Delicada bailarina
Sedutora colombina
Deixa muita mente presa
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
XV
Cada um com seu destino
Cada um com sua escolha
Cada galho com a folha
E assim eu que defino
Neste verso que termino
Pra falar de nossa sina
O cordel findo e assina
Versejar rompe a represa
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
XVI
Mas tem bela muito bela
A sereia de Candeias
Causa inveja nessas feias
Todo encanto que vem dela
Mas parece uma tela
Quando ela descortina
É chamada de Kalina
Com seu porte de princesa
A rainha da beleza
Cujo encanto não termina


Fonte: http://allancordelista.blogspot.com