sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O campo da Ciência da Informação no Brasil


Publicação do Editorial da revista Informação&Sociedade: Estudos, v.22, n.3, 2012.

Gustavo Henrique de Araujo Freire*
Isa Maria Freire**

A rigor, a história do campo, no Brasil, se conta a partir de 1970, quando a profa. Célia Zaher coordenou a 
implantação do Mestrado em Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Bibibliografia e Documentação
 (IBBD), atualmente Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). E se conta junto com
 outras histórias relevantes na segunda metade do Século XXI, como as do desenvolvimento científico e 
tecnológico e do crescimento da pós-graduação brasileira, especialmente na primeira década do Século 21.
Ao longo de 40 anos os cursos de pós-graduação se unificaram como campo da Ciência da Informação em 
quatro  regiões brasileiras, destacando-se como subárea das Ciências Sociais Aplicadas na Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Nesse processo, cursos de pós-graduação em áreas 
correlatas estabeleceram relações de interesse para pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico com o
 campo da Ciência da Informação, conquistando novos espaços para a produção e comunicação científicas. Em
 2012, a Capes recomendou 15 cursos em Ciência da Informação no Brasil, sendo quatro cursos de Mestrado
 Acadêmico, três cursos de Mestrado Profissional e oito cursos com Mestrado/Doutorado, distribuídos em 14 
universidades localizadas em quatro regiões brasileiras, com ênfase no Sudeste.


E com o crescimento do campo, veio a expansão do espaço de comunicação científica, amplamente favorecida
 pela possibilidade de publicação virtual e pela disseminação da plataforma tecnológica SEER (Serviço de
 Editoração Eletrônica de Revistas), customizado pelo IBICT. Nesse sentido, a Base de Dados Referencial de
 Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), disponibiliza 7.299 textos publicados desde 1972
 em 35 periódicos científicos brasileiros, dos quais oito são considerados históricos (atualmente estão inativos,
 mas já foram relevantes).
Também cresceu a participação dos pesquisadores nos eventos científicos da área de Ciência da Informação,
 notadamente o Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, promovido anualmente pela
 Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação (ANCIB), principalmente no que 
diz respeito à submissão de artigos originados em pesquisa realizada na pós-graduação. E, recentemente, a
 Ciência da Informação alcançou um nível inédito de captação de recursos para pesquisa no Conselho Nacional
 de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), abrindo espaço para ampliação do programa de concessão 
de bolsas de Produtividade Científica na área.
Por tudo isso, podemos observar que estamos vivendo um ciclo virtuoso no campo da Ciência da Informação, 
na formação, na produção e na comunicação científicas. Nossos votos são de que este ciclo se prolongue e se
 amplie, de modo que a área alcance todas as regiões brasileiras e todos os interessados em trabalhar nesse
 campo científico. Pois a seara é grande e os semeadores ainda são poucos. Ainda.


* Doutor em Ciência da Informação pela UFRJ. Editor da revista Informação&Sociedade: Estudos.
** Doutor em Ciência da Informação pela UFRJ. Editora da revista Informação&Sociedade: Estudos.


Ler mais: http://www.deolhonaci.com/news/sobre-o-campo-da-ci%c3%aancia-da-informa%c3%a7%c3%a3o-no-brasil/