sexta-feira, 27 de julho de 2012

PELEJANDO COM DALINHA



PELEJANDO COM DALINHA
*
Digo com todo respeito
de poeta pra poeta
pelejando com Dalinha
vou cumprindo minha meta
Ela tem rima na veia
na verdade não falseia
faz da vida grande reta
Fred Monteiro
 Eu topo qualquer parada
Junto com Fred Monteiro,
Com ele sou afinada
E canto em qualquer terreiro.
Quando nele baixa o santo
E vai brotando seu canto
Eu encaro o mandingueiro.
Dalinha Catunda
Quando eu canto com Dalinha
é rima pra todo lado
a viola fica rindo
nas primas dando trinado
nas dobradas dos bordões
uns dois ou três violões
preenchem com seu rendado.
Fred Monteiro
 Eu quando canto com Fred,
Festeja meu coração,
As rimas já vão saltando
Sai bem fácil a oração
Com ele canto dobrado
Feito pássaro afinado,
Patativa do sertão.
Dalinha Catunda 
Fico imaginando um dia
se eu consigo encontrar
um terreiro de fazenda
pra meus versos declamar
viola apertando o peito
e eu cantador sem jeito
quase a ponto de chorar.
Fred Monteiro

Quando este dia chegar
Vai ser grande a alegria
Você cantando Ciranda
Mostrando sua poesia
Eu lá dançando e sorrindo
E meu amigo aplaudindo,
Gostando da cantoria.
 Dalinha Catunda

Com Dalinha na peleja
não tem erro nem mistério
eu canto até em igreja
na cadeia ou cemitério
não enjeito nenhum verso
danço até "repórteresso"
canto rindo e canto sério
Fred Monteiro 

Tendo Fred como par
Eu canto até em empório!
Eu canto em casa e na rua,
Em bodega e escritório
Canto na terra e no mar
Eu canto sem me cansar,
Isto é publico e notório.
Dalinha Catunda 
Quando eu esquento o quengo
a rima vem de mansinho
ela chega sem tropeço
vai vindo devagarinho
se a memória ficar turva
eu tento fazer a curva
e voltar pro meu caminho.
Fred monteiro 
 Quando chega a inspiração
Da fonte vai pra moleira,
Começo a digitação
E pego a rima primeira.
É rima entrando e saindo
Componho me divertindo
Foi assim a vida inteira.
Dalinha Catunda
Vale a pena pelejar
com poeta inteligente
que no verso popular
canta feliz ou dolente
deixando a gente seguro
de não cair num monturo
de versinho inconsequente.
Fred Monteiro
Quando tiro pra cantar,
Canto de noite e de dia.
Eu canto de manhazinha
E na hora da Ave-Maria.
Cantando faço oração
Nela peço inspiração
A Deus pai que é o meu guia.
Dalinha Catunda 
Ô minha amiga Dalinha
pode ficar à vontade
querendo cantar comigo
ou no campo ou na cidade
com mote fácil e difícil
faço qualquer sacrifício
não perco oportunidade
Fred Monteiro 
Com você fico a vontade
Fico mesmo numa boa.
Este barco não naufraga
 Não afunda esta canoa.
Eu encaro qualquer mote
De navio ou num bote
Dou meu jeito e faço loa.
Dalinha Catunda
Dalinha Catunda é
Poeta de musa cheia.
Fred Monteiro é bardo
Trago aqui uma colcheia
Versejando em sextilha
Pra coisa não ficar feia
Rosário Pinto
Na roda eu canto de tudo
mas quero rimar na trilha
pra não ficar pé-quebrado
numa quadra ou na sextilha
mas estrofe pra valer
e um cordel bom conceber
é escrito na setilha
15-Fred Monteiro
Eu quando entro numa roda,
Já garanto o movimento
Pois faz parte dos meus versos
As doses de atrevimento
Sou mulher que não se acanha
Bem dotada de artimanha,
Para seu conhecimento.
16-Dalinha Catunda
 
  Ilustração de Dalinha Catunda