DIDEUS SALES &
DALINHA CATUNDA
DS
Dalinha, quando degusto
A tua literatura,
Há momentos que me assusto
Com tanta desenvoltura.
Acho que tu és elétrica,
Pois produz muito, e a métrica
Agora está bem na linha!
O verso está bom de um jeito,
Que ao ver um verso bem feito,
Já penso que é de Dalinha.
DC
Dideus, eu fico contente
Com tua apreciação,
És um vate competente,
Esta é minha opinião.
Nos versos tu és atleta
Que traz a alma repleta
De inspiração e magia.
A tua maior riqueza,
Concentra-se na beleza
De difundir alegria.
DS
Com elegância e magia,
Sem pensamentos dispersos,
Dalinha borda em seus versos
As questões do dia a dia.
Com vigorosa poesia
Aborda hodiernos temas,
Alegrias e dilemas
Dos sertanejos valentes
São fortes ingredientes
Que temperam seus poemas.
DC
Tento cantar a riqueza
Natural do meu sertão,
E sem mudar a feição
Vou retratando a beleza
D’uma agreste natureza
Campesina a me encantar,
Lá das terras de Alencar
Onde a bonita palmeira
Chamada carnaubeira
Ensina o vento a cantar.
DS
Dalinha é cria silvestre
Nascida no sertão virgem,
Suas rimas têm origem
No florescer do campestre,
Foi Deus o eterno mestre
Que lhe doou este oásis,
O seu versejar tem bases
No encanto e na beleza,
Com a sábia natureza
Lhe ditando lindas frases.
DC
Sim, sou cria do sertão
E da natureza amante,
Até mudo meu semblante
Quando piso no meu chão,
Nos festejos de São João
Danço em volta da fogueira,
E como autêntica brejeira
Ponho um vestido de Chita
E um lindo laço de fita
Só pra desfilar faceira.
DS
Dalinha sempre altaneira
Merece aplauso e laurel
Por hastear a bandeira
Do verdadeiro cordel.
Poetisa inteligente,
Canta o berço e sua gente
Com a mais forte expressão
Do seu canto natural,
Como fez o magistral
Gerardo Mello Mourão.
DC
Dideus, teu canto bonito
É canto de sertanejo,
O verso vem num lampejo
Trazendo com ele um mito,
Assim seguimos o rito,
Cantando nosso rincão,
Escorados num Mourão
Da estirpe de Gerardo,
Com certeza o maior bardo
Que conheceu o sertão.
DS
A seca sem compaixão
Assola o meu Ceará,
Não se ouve o sabiá
Na caatinga do sertão,
O vento da precisão
Soprando desembestado,
O matuto apavorado,
Imerso em mar de quizília,
Sem feijão para a família,
Sem forragem para o gado.
DC
Apelando pro sagrado
O pobre faz oração,
Repleto de precisão
Se sentindo atordoado,
Na solidão do roçado
Pede chuva ao criador,
E o céu não muda de cor,
O sol queima a plantação
Ele chora e molha o chão,
Com seu pranto e sua dor.
DS
Remoendo dissabor,
Melancólico e pensativo
O lavrador, semivivo,
Sente na seca o pavor
De um panorama de dor
Num período de incerteza.
O campo perde a beleza,
O povo perde a esperança,
E até no olhar da criança
Se vê sinais de tristeza.
DC
Vendo toda esta aspereza,
Dói de fato o coração,
E o ressecado sertão
Vira solo sem riqueza.
Transforma-se a natureza,
E na vida campesina
A desgraça vira sina,
Vira dor que não tem jeito
Amargurando o sujeito
Que fraqueja e desatina.
DS
A campina sem folhagem,
Rios e açudes sem água,
O povo cheio de mágoa
Perde a fé e a coragem;
O fantasma da estiagem
Assusta o pobre roceiro,
E o combalido vaqueiro
Lacrimeja a triste sorte
Num quadro de vida e morte
Do Nordeste brasileiro.
DC
Já conheço este roteiro,
Percurso desagradável,
O lavrador miserável
Se lamenta o tempo inteiro,
Vendo o chão virar braseiro,
Sua cacimba afundar,
Já cansado de rezar
E de fazer simpatia,
Só lhe resta a apatia
Pois já cansou de chorar.
DS
Não quero mais lamentar
As mazelas da estiagem,
Nossa gente tem coragem,
Vai os males superar.
Pretendo agora cantar
As festas do meu sertão:
Xote, forró e baião
Animando minha terra
Com um tocador pé de serra
Nos festejos de São João.
DC
Na hora da animação
Nosso povo nordestino
Esquece o triste destino
E faz comemoração,
Brinca até de pé no chão
E a cabocla veste chita,
Nos cabelos bota fita
E de calça remendada
O matuto dá risada
Esquecendo da desdita.
DS
O sertanejo é tão forte
Que rir da própria desgraça,
Não há mazela que o faça
Perder o prumo e o norte,
Joga com as cartas da sorte
E quando o inverno presta,
O sertão vira uma festa
E a alegria renasce.
É muito feliz quem nasce
Numa terra como esta.
DC
Meu peito se manifesta
Reconhecendo esta senda
E pelejando desvenda
O que meu olhar atesta.
E se só cantar me resta,
Vou enchendo meu pulmão
Cantando com emoção
Minha nação agrestina
Que trago desde menina
Dentro do meu coração.
DS
Nesta contenda poética
Sem ideia destorcida
Vamos deixar esculpida
Nossa produção eclética
Nos painéis da cibernética,
Na feira, na academia...
Os versos com primazia
Simulam-nos paradigmas
No desvendar dos enigmas
Dos segredos da poesia.
DC
Entramos em sintonia
Nesta arena virtual,
Numa disputa atual
Lutamos com maestria.
Da peleja que fluía
Chegou a hora do adeus,
Muito obrigada Dideus,
Por esta oportunidade
De reunir de verdade
Meus versos aos versos teus.
DALINHA CATUNDA
DS
Dalinha, quando degusto
A tua literatura,
Há momentos que me assusto
Com tanta desenvoltura.
Acho que tu és elétrica,
Pois produz muito, e a métrica
Agora está bem na linha!
O verso está bom de um jeito,
Que ao ver um verso bem feito,
Já penso que é de Dalinha.
DC
Dideus, eu fico contente
Com tua apreciação,
És um vate competente,
Esta é minha opinião.
Nos versos tu és atleta
Que traz a alma repleta
De inspiração e magia.
A tua maior riqueza,
Concentra-se na beleza
De difundir alegria.
DS
Com elegância e magia,
Sem pensamentos dispersos,
Dalinha borda em seus versos
As questões do dia a dia.
Com vigorosa poesia
Aborda hodiernos temas,
Alegrias e dilemas
Dos sertanejos valentes
São fortes ingredientes
Que temperam seus poemas.
DC
Tento cantar a riqueza
Natural do meu sertão,
E sem mudar a feição
Vou retratando a beleza
D’uma agreste natureza
Campesina a me encantar,
Lá das terras de Alencar
Onde a bonita palmeira
Chamada carnaubeira
Ensina o vento a cantar.
DS
Dalinha é cria silvestre
Nascida no sertão virgem,
Suas rimas têm origem
No florescer do campestre,
Foi Deus o eterno mestre
Que lhe doou este oásis,
O seu versejar tem bases
No encanto e na beleza,
Com a sábia natureza
Lhe ditando lindas frases.
DC
Sim, sou cria do sertão
E da natureza amante,
Até mudo meu semblante
Quando piso no meu chão,
Nos festejos de São João
Danço em volta da fogueira,
E como autêntica brejeira
Ponho um vestido de Chita
E um lindo laço de fita
Só pra desfilar faceira.
DS
Dalinha sempre altaneira
Merece aplauso e laurel
Por hastear a bandeira
Do verdadeiro cordel.
Poetisa inteligente,
Canta o berço e sua gente
Com a mais forte expressão
Do seu canto natural,
Como fez o magistral
Gerardo Mello Mourão.
DC
Dideus, teu canto bonito
É canto de sertanejo,
O verso vem num lampejo
Trazendo com ele um mito,
Assim seguimos o rito,
Cantando nosso rincão,
Escorados num Mourão
Da estirpe de Gerardo,
Com certeza o maior bardo
Que conheceu o sertão.
DS
A seca sem compaixão
Assola o meu Ceará,
Não se ouve o sabiá
Na caatinga do sertão,
O vento da precisão
Soprando desembestado,
O matuto apavorado,
Imerso em mar de quizília,
Sem feijão para a família,
Sem forragem para o gado.
DC
Apelando pro sagrado
O pobre faz oração,
Repleto de precisão
Se sentindo atordoado,
Na solidão do roçado
Pede chuva ao criador,
E o céu não muda de cor,
O sol queima a plantação
Ele chora e molha o chão,
Com seu pranto e sua dor.
DS
Remoendo dissabor,
Melancólico e pensativo
O lavrador, semivivo,
Sente na seca o pavor
De um panorama de dor
Num período de incerteza.
O campo perde a beleza,
O povo perde a esperança,
E até no olhar da criança
Se vê sinais de tristeza.
DC
Vendo toda esta aspereza,
Dói de fato o coração,
E o ressecado sertão
Vira solo sem riqueza.
Transforma-se a natureza,
E na vida campesina
A desgraça vira sina,
Vira dor que não tem jeito
Amargurando o sujeito
Que fraqueja e desatina.
DS
A campina sem folhagem,
Rios e açudes sem água,
O povo cheio de mágoa
Perde a fé e a coragem;
O fantasma da estiagem
Assusta o pobre roceiro,
E o combalido vaqueiro
Lacrimeja a triste sorte
Num quadro de vida e morte
Do Nordeste brasileiro.
DC
Já conheço este roteiro,
Percurso desagradável,
O lavrador miserável
Se lamenta o tempo inteiro,
Vendo o chão virar braseiro,
Sua cacimba afundar,
Já cansado de rezar
E de fazer simpatia,
Só lhe resta a apatia
Pois já cansou de chorar.
DS
Não quero mais lamentar
As mazelas da estiagem,
Nossa gente tem coragem,
Vai os males superar.
Pretendo agora cantar
As festas do meu sertão:
Xote, forró e baião
Animando minha terra
Com um tocador pé de serra
Nos festejos de São João.
DC
Na hora da animação
Nosso povo nordestino
Esquece o triste destino
E faz comemoração,
Brinca até de pé no chão
E a cabocla veste chita,
Nos cabelos bota fita
E de calça remendada
O matuto dá risada
Esquecendo da desdita.
DS
O sertanejo é tão forte
Que rir da própria desgraça,
Não há mazela que o faça
Perder o prumo e o norte,
Joga com as cartas da sorte
E quando o inverno presta,
O sertão vira uma festa
E a alegria renasce.
É muito feliz quem nasce
Numa terra como esta.
DC
Meu peito se manifesta
Reconhecendo esta senda
E pelejando desvenda
O que meu olhar atesta.
E se só cantar me resta,
Vou enchendo meu pulmão
Cantando com emoção
Minha nação agrestina
Que trago desde menina
Dentro do meu coração.
DS
Nesta contenda poética
Sem ideia destorcida
Vamos deixar esculpida
Nossa produção eclética
Nos painéis da cibernética,
Na feira, na academia...
Os versos com primazia
Simulam-nos paradigmas
No desvendar dos enigmas
Dos segredos da poesia.
DC
Entramos em sintonia
Nesta arena virtual,
Numa disputa atual
Lutamos com maestria.
Da peleja que fluía
Chegou a hora do adeus,
Muito obrigada Dideus,
Por esta oportunidade
De reunir de verdade
Meus versos aos versos teus.
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Capa de Audifax Rios
Editado pela Queima - Bucha