CORDEL DE SAIA publica o poema de nosso confrade e Mestre Manoel Monteiro:
O VOTO LIVRE É DIREITO
CONQUISTADO A DURAS PENA
*
Quem critica o voto livre
É perverso ou inocente
Pois o voto livre dar
Direito a todo vivente
De escolher Vereadores,
Prefeitos e Senadores,
Deputados, Presidente.
*
Desde que a história é história
Suas páginas vêm registrando
Que a sociedade só
Se mantêm sob comando
(Quase sempre esse é imposto)
Aqui não, temos o gosto,
De eleger quem vai pra o mando.
*
Quem se nega de escolher
Vereador e Prefeito,
Governador, Deputado,
Senador, perde o direito
De criticar qualquer um
Se não escolheu nenhum
Está fora e é bem feito.
*
Nenhuma sociedade
Pode se administrar,
Para influir é preciso
Nas decisões opinar,
Nossa vez chegou agora,
Mas, se você fica fora,
Como pode criticar?
*
Quem diz não votar por que
Todo político é ruim
Não vai ajudar em nada
Pois tenho cá para mim
Que se algo estiver errado
E, se não for consertado,
Permanecerá assim.
*
Muitos morreram lutando
Pra conquistar o direito
Ao voto livre e secreto,
Mas, ainda tem sujeito
Que não vê essa conquista
Ou por ser ruim da vista
Ou ter o cérebro imperfeito.
Manoel Monteiro da Silva, poeta de cordel, natural de Bezerros, PE, desde a infância radicou-se em Campina Grande, PB. Poeta que mantém as tradições da oralidade da literatura de cordel, mas infere aos seus versos dimensões de contemporaneidade, tanto temáticas como quanto a formatação gráfica. Monteiro quando nos fala do “novo cordel”, refere-se à versatilidade e atualidade, exigidas pelo mundo moderno, a que o poeta, como atento observador de tudo que gira à sua volta, não deixar passar ao largo. Para Manoel Monteiro, a “literatura popular é feita pelo povo e para o povo”; e acrescenta: “Alguém já disse que o homem é um animal político; e eu digo que o homem é um animal poético”. Membro da ABLC, cadeira, 38, patronímica de Manoel Tomás de Assis.
Sua energia e jovialidade o faz atuante. Possui página no Facebook, que alimenta constantemente.
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