quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O ETERNO REI DO BAIÃO


O ETERNO REI DO BAIÃO
.
Já faz mais de vinte anos
Que o velho Lua morreu.
Da vida dos nordestinos
Nunca desapareceu.
Porque em cada canção
Cantantava com coração
O mundo que ele viveu.
.

Nosso Rei do Baião vive
Na boca de sua gente.

Pois tudo que ele gravou
É cantado no presente.
Sendo a voz do retirante,
Dos que estavam distante,
Foi o canto do ausente!
.
Luiz Gonzaga cantou,
Os costumes do sertão
Cantou beatas e santos,
Padre Cícero Romão,
Cantou povo, cantou fé
O Santo de Canindé,
Cantou até oração.
.
Cantou também paro o papa

Não esqueceu Lampião,
As lendas de cangaceiros
Que corriam no sertão.
Cantou a mulher rendeira
E Sá Marica parteira
Costumes e tradição.
.
Cantou do vate Catulo,
Que no nome tem Paixão,

Digo a todos com certeza
Que encantou seu torrão,
Com a mais bela cantiga
Que amor a terra instiga

Que foi Luar do Sertão.
.
Lua mostrou ao Brasil
Nossa nação nordestina.
Falou de chuva e de seca
Contando a nossa sina.
Cantou tristeza e alegria
Dum povo que contagia
Pois a ser forte ensina.
.
Cantou a fauna e a flora.
Do nosso seco sertão.

E mostrou ao mundo inteiro
Grande amor pelo seu chão.
Asa branca arrebatou,
E o povo todo cantou,
Este hino ao Sertão.
.
O querido rei caboclo.

O nosso rei do baião.
Viverá eternamente
Em nossa recordação.
E será eternizado
Pois sempre será lembrado
Por toda nossa nação.
.
Quando o fole da sanfona,
Gemer em qualquer lugar.
E um forró pé-de-serra
O sanfoneiro tocar
Lembrarei de Gonzagão,
O nosso rei do Baião,

Majestade Singular!

.
Texto: Dalinha Catunda
Xilo de Arievaldo Viana