Estou agora a saborear "O Sabor do arquivo", autoria de Arlette Farge, editado pela Edusp. E que sabor! Um primor de obra, que usa sem querer, facetas da Arquivística, para fazer ponte entre o Direito e a História, já comentada aqui neste espaço de leitura e contexto.
A autora utiliza os registros dos arquivos policiais da França no século XVIII, para revelar situações do contexto desse cotidiano e, por intermédio deles, levar o leitor a perceber que não se tratam de simples páginas escritas e adormecidas, mas, um complexo de informações, que, a qualquer tempo, no dedilhar e olhar do pesquisador ou curioso, chegam à tona, desvendando mistérios, contando histórias e elucidando fatos, denunciando os crimes, os costumes, os segredos da sociedade da época, em um verdadeiro "debate social".
Pelos depoimentos policiais é possível conhecer o comportamento da mulher daquele século, o quão era atuante, mesmo na sua condição de subjugo, também os pequemos delitos de delinquentes, a perseguição ao chambrelan, os acontecimentos de Paris...
A autora utiliza os registros dos arquivos policiais da França no século XVIII, para revelar situações do contexto desse cotidiano e, por intermédio deles, levar o leitor a perceber que não se tratam de simples páginas escritas e adormecidas, mas, um complexo de informações, que, a qualquer tempo, no dedilhar e olhar do pesquisador ou curioso, chegam à tona, desvendando mistérios, contando histórias e elucidando fatos, denunciando os crimes, os costumes, os segredos da sociedade da época, em um verdadeiro "debate social".
Pelos depoimentos policiais é possível conhecer o comportamento da mulher daquele século, o quão era atuante, mesmo na sua condição de subjugo, também os pequemos delitos de delinquentes, a perseguição ao chambrelan, os acontecimentos de Paris...
A autora faz a leitura do aquivo utilizando-se de um jogo de paradoxos, ao tempo em que fala da monotonia, ressalta a sua dinâmica, do silêncio que impera, enfatiza o soar das palavras dos manuscritos, quando consultados e lidos seus registros.
Fala da fragmentação dos acontecimentos, da desordem, do tamanho do arquivo, da impossibilidade de consumi-lo em leitura durante toda uma vida.
Premia o leitor, principalmente aquele da área, com a sequência de uma pesquisa e com citações de Foucault. Premia também esse espaço de leitura e contexto, quando dá ênfase à subjetividade.
Eu que venho há mais de 15 anos "saboreando arquivos", me deparo agora com este sabor à parte.
Recomendo a leitura.
Fonte: http://leituraecontexto.blogspot.com.br