sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

GLOBAL LANÇA ANTOLOGIA DE CORDEL


Capa da Antologia do Cordel Brasileiro, lançamento da Global, com ilustrações de Erivaldo


Por Marco Haurélio

Acabo de receber dos amigos Gustavo Tuna (editor) e Guilherme Loureiro (assessor de imprensa), da Global Editora, a boa-nova do mês de fevereiro, no dia de Iemanjá: acaba de ser lançada a Antologia do Cordel Brasileiro, a mais abrangente do gênero, por reunir autores de várias gerações, incluindo a atual, quase sempre esquecida pelos compendiadores. A iniciativa foi possível com o apoio da Editora Luzeiro, dirigida por Gregório Nicoló, detentora dos direitos de oito dos dezesseis títulos que integram a obra. Abaixo parte da apresentação feita para o livro:
 
A literatura de cordel brasileira, desde os fins do século XIX, vem apresentando uma vasta produção com títulos de excepcional qualidade, é um formidável legado do Nordeste à cultura nacional. Não bastassem os grandes autores, os romances consagrados pela predileção popular e o interesse de estudiosos e artistas de outras searas, o romanceiro nordestino surpreende, não pelo que já foi catalogado ou debatido, mas, principalmente, pelo que ainda pode oferecer. É o que prova esta antologia em que o espaço de mais de um século separa o primeiro título selecionado, O soldado jogador, de Leandro Gomes de Barros, do último, As três folhas da serpente, do autor deste introito e organizador do presente florilégio, Marco Haurélio.
 
Prova irrefutável do vigor deste gênero literário, sempre a contrariar as previsões mais pessimistas.Leandro Gomes de Barros (18651918), Silvino Pirauá de Lima (1848 1913), João Martins de Athayde (1880-1959), João Melquíades Ferreira da Silva (1869 1933), José Galdino da Silva Duda (18661931) e José Camelo de Melo Resende (1885 1964), pioneiros do cordel nordestino, ainda são lidos e admirados neste século XXI, em que a cultura do descartável, ditada pelos modismos, impõe regra. O folheto de feira chegou mesmo a receber extrema unção por parte de alguns pesquisadores e jornalistas, no início da década de 1980. As perspectivas, na época, realmente não eram boas: escasseavamse os bons autores (romancistas) e toda uma geração de poetas havia envelhecido. Mas o surgimento de uma nova safra de bons valores, que culminou com a criação da editora Tupynanquim, de Fortaleza, trouxe novas luzes, àquele momento, ao entenebrecido horizonte da poesia popular. Alguns destes nomes integram a presente coletânea. São poetas que mantêm um vínculo com a poesia tradicional, ao mesmo tempo em que estão antenados com as novas possibilidades. Esse é o cordel atemporal, sustentado por duas colunas – a tradição e a contemporaneidade.

(...)
 
Títulos e autores que integram a Antologia do Cordel Brasilleiro:
O Soldado jogador, de Leandro Gomes de Barros
História do caçador que foi ao inferno, de José Pacheco
A guerra dos passarinhos, de Manoel D´Almeida Filho
A Sereia do Mar Negro, de Antônio Teodoro dos Santos
Os três irmãos caçadores e o macaco da montanha, de Francisco Sales Arêda
No tempo em que os bichos falavam, de Manoel Pereira Sobrinho
O valente Felisberto e o Reino dos Encantos, de Severino Borges Silva
O feiticeiro do Reino do Monte branco, de Minelvino Francisco Silva
João sem Destino no Reino dos Enforcados, de Antônio Alves da Silva
João Grilo, um presepeiro no palácio, de Pedro Monteiro
O reino da Torre de Ouro, de Rouxinol do Rinaré
O rico preguiçoso e o pobre abestalhado, de Arievaldo Viana
O conde Mendigo E a Princesa orgulhosa, de Evaristo Geraldo da Silva
Pedro Malasartes e o urubu adivinhão, de Klévisson Viana
As três folhas da Serpente, de Marco Haurélio