Após um ano de atraso, espaço deve ser reaberto em outubro
RIO - Em setembro de 2010, quando o Centro Cultural Banco do Brasil
(CCBB) fechou as portas de sua biblioteca, no Centro do Rio, para
embarcar numa reforma de R$ 3,5 milhões, pretendia modernizar o ambiente
e dar mais espaço a seu acervo — um conjunto de livros de arte,
literatura e filosofia que cresce em média sete mil títulos por ano e já
reúne 140 mil obras. Para tanto, optou por instalar estantes fechadas
que se movem sobre trilhos e reduzem o espaço ocupado pelas publicações
em até 70%. A medida acabaria liberando mais de 200 metros quadrados do
segundo andar, mas acabou atrasando em quase um ano a reabertura da
biblioteca.
— Os arquivos deslizantes eram pesados demais para o edifício, que data de 1880 e não tem projetos estruturais para serem consultados — conta o engenheiro Christian Seiça, durante um passeio com O GLOBO pela obra. — Então gastamos quatro meses avaliando possíveis soluções.
Um primeiro calculista sugeriu que o CCBB instalasse uma viga no teto do primeiro andar. A opção foi descartada "por uma questão estética". A viga seria gigantesca e poderia comprometer o visual das exposições que o centro cultural costuma abrigar em seu andar térreo.
— Um segundo calculista sugeriu que reforçássemos o chão do segundo andar, onde fica a biblioteca. Mas essa ideia afetaria a acessibilidade dos cadeirantes. Seria rampa para todo lado. Então descartamos essa hipótese também — conta.
Preciosidades em 4 mil caixas
Foi aí que surgiu a terceira e mais esdrúxula das ideias — justamente aquela que vingou. O arquivo do CCBB "flutuaria".
— E isso foi feito — ri o engenheiro. — As paredes do edifício foram reforçadas por pilares de aço que se conectam por uma viga metálica cruzando o segundo andar a poucos centímetros do teto. Foi nessa viga, capaz de sustentar cinco fuscas, que literalmente penduramos os arquivos deslizantes.
Inicialmente, a biblioteca do CCBB seria reaberta ao público em outubro do ano passado. Depois, em dezembro. Segundo seu diretor, Marcelo Mendonça, a inauguração do novo espaço não passa de outubro:
— Será no dia 12, no aniversário do CCBB. Estamos fazendo os ajustes finais da obra e desempacotando as caixas onde está nosso acervo.
E haja caixa. Desde maio, a bibliotecária Cecília Bosco e os 15 membros de sua equipe já conseguiram organizar nas novas estantes o conteúdo de 600 delas. Faltam 3.400.
— Temos preciosidades aqui. Um livro de 1598 sobre a colonização do Brasil escrito em latim e os 387 volumes da Coleção Brasiliana, da Companhia Editora Nacional — orgulha-se. — Fora isso, teremos 200 títulos em audiobook, com um mecanismo de fone semelhante ao das lojas que vendem CDs, e uma boa sala infanto-juvenil, com quatro mil obras.
— Os arquivos deslizantes eram pesados demais para o edifício, que data de 1880 e não tem projetos estruturais para serem consultados — conta o engenheiro Christian Seiça, durante um passeio com O GLOBO pela obra. — Então gastamos quatro meses avaliando possíveis soluções.
Um primeiro calculista sugeriu que o CCBB instalasse uma viga no teto do primeiro andar. A opção foi descartada "por uma questão estética". A viga seria gigantesca e poderia comprometer o visual das exposições que o centro cultural costuma abrigar em seu andar térreo.
— Um segundo calculista sugeriu que reforçássemos o chão do segundo andar, onde fica a biblioteca. Mas essa ideia afetaria a acessibilidade dos cadeirantes. Seria rampa para todo lado. Então descartamos essa hipótese também — conta.
Preciosidades em 4 mil caixas
Foi aí que surgiu a terceira e mais esdrúxula das ideias — justamente aquela que vingou. O arquivo do CCBB "flutuaria".
— E isso foi feito — ri o engenheiro. — As paredes do edifício foram reforçadas por pilares de aço que se conectam por uma viga metálica cruzando o segundo andar a poucos centímetros do teto. Foi nessa viga, capaz de sustentar cinco fuscas, que literalmente penduramos os arquivos deslizantes.
Inicialmente, a biblioteca do CCBB seria reaberta ao público em outubro do ano passado. Depois, em dezembro. Segundo seu diretor, Marcelo Mendonça, a inauguração do novo espaço não passa de outubro:
— Será no dia 12, no aniversário do CCBB. Estamos fazendo os ajustes finais da obra e desempacotando as caixas onde está nosso acervo.
E haja caixa. Desde maio, a bibliotecária Cecília Bosco e os 15 membros de sua equipe já conseguiram organizar nas novas estantes o conteúdo de 600 delas. Faltam 3.400.
— Temos preciosidades aqui. Um livro de 1598 sobre a colonização do Brasil escrito em latim e os 387 volumes da Coleção Brasiliana, da Companhia Editora Nacional — orgulha-se. — Fora isso, teremos 200 títulos em audiobook, com um mecanismo de fone semelhante ao das lojas que vendem CDs, e uma boa sala infanto-juvenil, com quatro mil obras.