O poeta, Antonio Barreto, preocupado e atento à situação da cidade, escreveu mais um dos seus bem humorados cordéis. Desta vez o tema é a Estação da Lapa e o poeta foi fundo na denúncia do abandono em que se encontra este importante equipamento público. O poema é escrito em sextilhas com rimas salteadas e a capa é de Cesário. Vale à pena a leitura. Abaixo um aperitivo para aumentar o apetite:
1
Nosso terminal de ônibus
Coletivo da cidade
A grande Estação da Lapa
Tornou-se ‘favelidade’...
Um cenário assustador
De abandono e maldade.
2
É a feira do Cortume,
Ou talvez São Joaquim
Que se transfere pra Lapa
Num cenário de motim.
E quem quiser que reclame
Que a coisa está ruim !
3
A “festa” começa cedo
Desde às cinco da matina
Em meio a tanta sujeira
Ratazana e muita urina
E o pobre do transeunte
Vai cumprindo a sua sina.
4
Fede aqui, fede acolá
Um tropeço, escorregão
Vazamento em todo canto
Gente dormindo no chão...
E o prefeito da cidade
Cuidando do coração !
5
Tudo lá na Estação
É um monte de sujeira
Só quem passa por ali
Reconhece a baboseira...
Parece que a prefeitura
Tá mesmo de brincadeira.
6
O barulho e a fumaça
Pouco a pouco aumentado
Camelôs nos quatro cantos
Vão logo se aproveitando
Daquele bizarro espaço
Muito mais que desumano.
7
O lixo vai se espalhando
E tome-lhe gritaria
Um clima desordenado
Sem nenhuma assepsia:
É a nossa Lapaguai
Da capital da Bahia !
8
O policiamento ali
Serve de decoração
Não existe segurança
Para nos dar proteção
E o povo assim dizendo:
Mata o veio, Seo João !
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