quinta-feira, 24 de maio de 2012

HUMOR ATÉ A TAMPA


quinta-feira, 24 de maio de 2012

HUMOR ATÉ A TAMPA

LANÇAMENTO DO NOVO BAÚ DA GAIATICE

Por Pedro Paulo Paulino

Este ano vai marcar a cultura de Canindé em dose dupla, com o lançamento dos livros O BAÚ DA GAIATICE, de Arievaldo Viana, e RAIMUNDO MARREIRO – Poeta Popular, do radialista Tonico Marreiro. O segundo vai ser lançado em 31 de agosto e o primeiro, na noite desta sexta-feira, 25, na choperia Aquarius, praça Dr. Aramis. Ambos os trabalhos têm parentesco de gênero, pois reúnem poesia, causos, anedotário e acontecimentos jocosos da vida boêmia desta cidade. O primeiro traz à tona a farta produção do poeta e folclorista Raimundo Marreiro contextualizada com o Canindé de seu tempo. O segundo é basicamente a continuidade desse período, coincidindo com a passagem de século-milênio, que assistiu ao surgimento de novos representantes da poética, da música, da boemia e do bom-humor da terra de S. Francisco.
Foi ainda em abril de 1999 que Arievaldo apresentou ao público a 1ª edição de seu BAÚ, dando com isso uma sacudida na cultura local, que amargava momentos de déficit. O acontecimento puxou uma série de outras novidades na literatura canindeense, pois nesse mesmo ano em setembro veio à lume o livro CONCERTO DE POEMAS SEM CONSERTO, de Celso Góis Almeida. No ano seguinte, Arievaldo enche mais o BAÚ, põe no ombro e publica a segunda edição da obra, desta vez mais rica em Literatura de Cordel, que por esse tempo começou a renascer com todo fôlego.

Nesse período, Augusto Cesar Magalhães Pinto dedica-se a uma intensa pesquisa iconográfica que resulta em seu livro VIAGEM PELA HISTÓRIA DE CANINDÉ, publicado em 2003. Seis anos depois o mesmo autor presenteia o público com o livro HISTÓRIAS DE NOSSA TERRA E DE NOSSA GENTE –Crônicas Ilustradas, enfeixando em suas páginas aspectos bem-humorados do cotidiano da cidade. Antes, em 2002, Arievaldo publica SÃO FRANCISCO DE CANINDÉ NA LITERATURA DE CORDEL, fugindo um pouco de seu filão, o humor.

Paralelas a essas publicações, outras tantas reavivaram as letras canindeenses, a exemplo do livro CREPÚSCULO MATUTINO, do poeta José Maria Costa, e vários folhetos de cordel de Gonzaga Vieira, Natan Marreiro, Jota Batista e Pedro Paulo Paulino. A música e as artes plásticas também revelaram em nossa terra novos talentos, promissores e dinâmicos.

Agora, O BAÚ DA GAIATICE, mais fornido em sua 3ª edição, traz visual gráfico e impressão de primeira qualidade, cheio até a tampa de novos causos, histórias, anedotas e cordéis atraentes. São peças novas misturadas com peças antigas, que ganharam novos bordados e novas cores, costuradas no melhor tecido encontrado na seara do folclore cearense, em especial, o folclore canindeense. Ao desafivelar o BAÚ e revirar seu conteúdo, Arievaldo Viana vai agitar uma fauna incomparável de personagens cheios de graça, como Zé Freire, Zé Adauto Bernardino, Franzé D’aurora (vivos); Bunaco, Broca da Silveira, Zuca Idelfonso, Antonio Viana, Muquila, Mundim Sampaio, Miguel Carpina (de saudosa memória). O livro, com ilustrações de fino traço, tem o adjutório de um magote de prosadores, poetas e humoristas canindeenses, entre os quais Jota Batista, Silvio R. Santos, Natan Marreiro e Pedro Paulo Paulino. E vem com recomendações de primeira ordem, deixadas pelos saudosos jornalistas-escritores Ribamar Lopes e Blanchard Girão. O efeito colateral é somente o riso.