sexta-feira, 18 de maio de 2012

SÁ ANA



 SÁ ANA

Com sua saia rodada,
 
Sua passada ligeira.
Sua blusa desbotada,
ia e vinha à lavadeira.

Era Sá Ana outra vez,
 
rumo à casa de Sinhá.
Para pegar roupa suja,
seu ofício era lavar.

Sá Ana pegava Anil.
 
Sá Ana pegava sabão.
Com a trouxa na cabeça,
voltava pro Lamarão.

Acocorada no açude,
 
cumpria sua missão.
Batia a roupa na pedra,
depois de passar sabão.

Dava gosto de se ver,
 
as lavadeiras antigas.
Batendo a roupa na pedra,
entoando velhas cantigas.
*
Texto de Dalinha Catunda em homenagem a Sá Ana uma antiga lavadeira da cidade de Ipueiras no Ceará.
Tela do talentoso artista plástico Demócrito Borges. Contato: democritoartistaplastico@gmail.com