Uma das mais autênticas formas de manifestação da cultura popular nordestina percorre cinco escolas do DF
A partir do dia 28 de maio, cinco instituições de ensino da rede pública do Distrito Federal recebem a exposição Xilogravura e Literatura de Cordel nas Escolas. Durante o período de uma semana por escola, os alunos participam de atividades variadas, como visitação guiada à exposição, oficina de xilogravura e apresentação de repentistas.
A primeira escola contemplada pelo projeto será o Centro de Ensino Médio 02 de Ceilândia, onde fica até o dia 1º de junho. Depois de Ceilândia a exposição segue para São Sebastião, Planaltina, Estrutural e Taguatinga.
Com curadoria de Arievaldo Viana, a exposição é composta por xilogravuras, cordéis, álbuns e matrizes de xilogravuras nordestinas atuais, antigas e históricas, apresentação de repente e cantinho da leitura. A mostra abre as portas para o universo lúdico e fantástico da cultura popular nordestina.
A ambientação recria o ambiente original de feiras nordestinas típicas, com bancadas, caixotes e instrumentos de impressão xilográfica (prensa, goivas, tintas, mataborrões, varais, entre outros objetos de confecção), e reúne cerca de 100 obras de diversos artistas consagrados, como J. Borges, Abraão Batista, J. Miguel, Costa Leite, entre outros.
Sempre às segundas-feiras é realizada solenidade de abertura, que conta com apresentação de repentistas animando a festa com suas rimas improvisadas, evocando elementos e 'personagens' presentes no ambiente. Durante a abertura é doada à Escola a "Mala do Livro", acervo bibliográfico sobre os temas xilogravura e literatura de cordel nordestinos, além de exemplares de cordéis, para compor a biblioteca escolar.
Com curadoria de Arievaldo Viana, a exposição é composta por xilogravuras, cordéis, álbuns e matrizes de xilogravuras nordestinas atuais, antigas e históricas, apresentação de repente e cantinho da leitura. A mostra abre as portas para o universo lúdico e fantástico da cultura popular nordestina.
A ambientação recria o ambiente original de feiras nordestinas típicas, com bancadas, caixotes e instrumentos de impressão xilográfica (prensa, goivas, tintas, mataborrões, varais, entre outros objetos de confecção), e reúne cerca de 100 obras de diversos artistas consagrados, como J. Borges, Abraão Batista, J. Miguel, Costa Leite, entre outros.
Sempre às segundas-feiras é realizada solenidade de abertura, que conta com apresentação de repentistas animando a festa com suas rimas improvisadas, evocando elementos e 'personagens' presentes no ambiente. Durante a abertura é doada à Escola a "Mala do Livro", acervo bibliográfico sobre os temas xilogravura e literatura de cordel nordestinos, além de exemplares de cordéis, para compor a biblioteca escolar.
Fechando as atividades, às sextas-feiras será oferecida oficina de xilogravura aos alunos, na qual aprenderão alguns dos segredos e técnicas dessa centenária tradição.
Para além do valor artístico e cultural que apresenta, a exposição Xilogravura e Literatura de Cordel nas Escolas busca oferecer a professores e alunos elementos interativos que utilizam a arte e a cultura enquanto mediadores do aprendizado. Destaca-se que a xilogravura e a literatura de cordel fazem parte do conteúdo programático do ensino médio no Distrito Federal.
Calendário
Ceilândia
CEM 02, QNM 14, Área Especial
Abertura: 28 de maio
Visitação: 28 de maio a 01 de junho de 2012
São Sebastião
CEM 01, Quadra 203, Área Especial
Abertura: 11 de junho
Visitação: 11 a 15 de junho
Planaltina
CEM Stella dos Cherubins, Rua Hugo Lobo A/E sem nº - Quadra 97 - Setor Sul
Abertura: 18 de junho
Visitação: 18 a 22 de junho
Estrutural
CEF 01, Setor Central, Área Especial 03
Abertura: 25 de junho
Visitação: 25 a 29 de junho
Taguatinga
CEM EIT, QNB 01 - AE 01 - Setor Central, nº 01
Abertura: 2 de julho
Visitação: 2 a 6 de julho
CEM 02, QNM 14, Área Especial
Abertura: 28 de maio
Visitação: 28 de maio a 01 de junho de 2012
São Sebastião
CEM 01, Quadra 203, Área Especial
Abertura: 11 de junho
Visitação: 11 a 15 de junho
Planaltina
CEM Stella dos Cherubins, Rua Hugo Lobo A/E sem nº - Quadra 97 - Setor Sul
Abertura: 18 de junho
Visitação: 18 a 22 de junho
Estrutural
CEF 01, Setor Central, Área Especial 03
Abertura: 25 de junho
Visitação: 25 a 29 de junho
Taguatinga
CEM EIT, QNB 01 - AE 01 - Setor Central, nº 01
Abertura: 2 de julho
Visitação: 2 a 6 de julho
Sobre o cordel - expressão artística da cultura popular nordestina, constituído de poesia e xilogravura, sendo tradicionalmente apresentado com música e declamação. É feito de papel jornal e vendido por preços muito baixos em feiras populares, como as que ocorrem em Juazeiro do Norte e Caruaru, onde é mostrado em maletas, barracas improvisadas ou bancas de feira.
O cordel é uma arte narrativa, como o romance, a novela, as histórias em quadrinhos ou o cinema. Em seus relatos trazem heróis, vilões, personagens reais ou irreais em situações cotidianas ou fantásticas, seres mitológicos, folclóricos ou bíblicos As estórias de cordel são retratadas por alguns dos mais importantes xilogravadores da atualidade: J. Borges, Marcelo Soares, Abraão Batista, Dila/Kirbano Sabóia, Costa Leite, Airton Laurindo, J Miguel e José Lourenço.
Esta exposição apresenta a origem do cordel, a forma de fazê-lo e seus principais temas e características. Os cordéis e as xilogravuras são mostrados em bancas, como é feito nas feiras populares. As obras expostas convidam os estudantes do Distrito Federal a um mergulho no imaginário nordestino, para que se possa conhecer e experimentar o cordel como uma arte viva, que se manifesta das mais variadas formas.
Se achegue! Parece uma feira, e não é por acaso. Foi assim que surgiram, e ainda hoje sobrevivem, os cordéis em várias cidades do nordeste brasileiro, vendidos a um módico preço, representando uma importante expressão da nossa cultura popular. A Cultura e Criatividade, produtora responsável pelo projeto, tem a satisfação de trazer até a escola a exposição Xilogravura e Literatura de Cordel. A mostra levará os estudantes para um universo, onde imagens de cangaceiros, beatos, monstros horripilantes e seres celestiais permeiam histórias intrigantes, algumas reais, outras fantasiosas, todas recheadas de muita cultura e criatividade.
O cordel, como expressão da literatura popular brasileira, surge na primeira década do século XIX como um meio de comunicação popular no sertão nordestino. Não havia rádio, nem televisão. Os cordéis funcionavam como um instrumento de informação e entretenimento, feito pelo povo para o povo.
Ao mesmo tempo em que alguns traziam poesias e ficção, outros traziam narrativas comentando fatos ocorridos. No início eram apenas textos. O primeiro cordel a trazer uma imagem xilogravada foi produzido pelo paraibano Francisco das Chagas Baptista, que em 1907 publicou Antônio Silvino, o rei dos cangaceiros, impresso no Recife-PE. A mesma gravura seria reaproveitada em outros três folhetos do mesmo autor – Antônio Silvino; novos crimes, Novas empresas de Antônio Silvino e, sua última aparição, em A História de Lampião. Durante esse processo de reutilização a gravura perdeu muito de seus detalhes secundários, parecendo, em certas ocasiões, apenas o esboço do que foi a original.
Antes de se transformar em cordel, as histórias eram narradas pelo “cantador”, que seria algo como os repentistas de hoje – alguém que entoa versos de forma improvisada a respeito de vários temas. Depois, o que era cantado, passou a ser escrito. A linguagem é simples, porque são histórias feitas por gente comum, que, em muitos casos, não teve a chance de aprender a ler e a escrever numa escola.
A xilogravura
Xilogravura é a técnica de gravura na qual se utiliza madeira (xilo) como matriz e possibilita a reprodução de imagens e textos sobre papel ou outro suporte adequado. É um processo inversamente parecido com um carimbo já que o papel é prensado com as mãos sobre a matriz. A feitura das peças consiste em:
1. Lixamento da madeira; em geral usa-se a imburama.
2. Desenho da figura; é feito com um lápis macio para que se possa apagar sem marcar.
3. Entalhe da madeira; com ajuda de instrumento cortante é feito uma escavação de baixo relevo de tudo aquilo que não é desenho. A figura ou forma que se pretende imprimir permanece em alto relevo.
4. Pintura da matriz; usa-se um rolo de borracha embebida em tinta tocando só as partes elevadas do entalhe.
5. Impressão; em papel ou pano especial, que fica impregnado com a tinta, revelando a figura.
As escolas do cordel
Dois estilos diferentes marcam a xilogravura popular nordestina: os artistas influenciados pela tradição pernambucana, conhecida como escola de Caruaru, e aqueles oriundo da escola de Juazeiro, no Ceará. As cidades são uma referência ao fato de que muitos desses artistas residem ou surgiram nesses locais.
Os artistas que sofreram influência da escola de Juazeiro do Norte-CE trabalham as matrizes com mais detalhes, entalhando sombras, texturas e a idéia de profundidade das imagens. Já aqueles da escola de Caruaru-PE mantêm um estilo mais tradicional, associado às primeiras impressões em xilogravuras: figuras chapadas, isoladas no fundo, com grandes contrastes. Esse estilo mais simplificado, com maior isolado das figuras, possibilitou o uso da cor nesse tipo de gravura.
O curador
Arievaldo Viana - poeta popular, ilustrador, chargista e xilogravador nascido no Ceará. Alfabetizado em meados da década de 1970, graças ao valioso auxílio da Literatura de Cordel, teve como referência o seu pai, Evaldo Lima e sua avó, Alzira de Sousa Lima, que liam folhetos de cordel em voz alta para ele e outras crianças da família. Começou a publicar seus livros e folhetos de cordel no final da década de 1990, quando lançou uma caixa com 10 títulos chamada Coleção Cancão de Fogo, sucesso imediato de vendas e de crítica, verdadeiro ponto de partida para o renascimento desse gênero poético, que estava praticamente desaparecido com o fechamento das grandes editoras de cordel.
Atua também como xilogravador, tendo participado de publicações como o catálogo do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e um álbum sobre Luiz Gonzaga. Atualmente participa de exposições sobre o centenário do Rei do Baião.
Foi eleito em 2000 para a cadeira de número 40 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Em 2002 conquistou o premio Domingos Olimpio de Literatura, promovido pela Prefeitura de Sobral-CE, com uma adaptação do romance Luzia Homem para o cordel. É autor de mais de 100 folhetos de cordel e tem em cerca de 20 livros publicados, alguns dos quais adotados pelo MEC através do PNBE (Programa Nacional da Biblioteca Escolar).
Atua também como xilogravador, tendo participado de publicações como o catálogo do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e um álbum sobre Luiz Gonzaga. Atualmente participa de exposições sobre o centenário do Rei do Baião.
Foi eleito em 2000 para a cadeira de número 40 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Em 2002 conquistou o premio Domingos Olimpio de Literatura, promovido pela Prefeitura de Sobral-CE, com uma adaptação do romance Luzia Homem para o cordel. É autor de mais de 100 folhetos de cordel e tem em cerca de 20 livros publicados, alguns dos quais adotados pelo MEC através do PNBE (Programa Nacional da Biblioteca Escolar).
Cultura e Criatividade
Uma empresa genuinamente brasiliense, a Cultura e Criatividade atua nas áreas de Cultura e Educação. Produziu e idealizou diversos projetos de valorização da Cultura Popular e atividades educativas com interface com a cultura. É com imensa satisfação que levamos até as escolas públicas do Distrito Federal a Exposição Xilogravura e Literatura de Cordel, uma iniciativa inovadora que apresenta de maneira didática e divertida uma das formas de manifestação mais lúdicas da cultura popular nordestina.
Uma empresa genuinamente brasiliense, a Cultura e Criatividade atua nas áreas de Cultura e Educação. Produziu e idealizou diversos projetos de valorização da Cultura Popular e atividades educativas com interface com a cultura. É com imensa satisfação que levamos até as escolas públicas do Distrito Federal a Exposição Xilogravura e Literatura de Cordel, uma iniciativa inovadora que apresenta de maneira didática e divertida uma das formas de manifestação mais lúdicas da cultura popular nordestina.
Ficha Técnica
Produção executiva: Ana Paula Peigon
Curadoria: Arievaldo Viana
Coordenação de Produção: Luana Marques
Direção de Arte: Janaina André
Assistente de Produção: Rafael Rocha Sousa
Oficina: Eduardo Alvim
Repentista: Valdenor de Almeida e João Neto
Montagem: Chico Sassi e Chico Mozart
Mediadores: Thiago Lucena, Dani Cureau e Letícia Cureau
Identidade Visual: Piquenique Design
Produção de Conteúdo: Flávia Ilíada
Diagramação: Leonardo Vasconcelos
Assessoria de Imprensa: Luis Flávio Luz
Produção de web: Gabriel Lyra
Coordenação de Produção: Luana Marques
Direção de Arte: Janaina André
Assistente de Produção: Rafael Rocha Sousa
Oficina: Eduardo Alvim
Repentista: Valdenor de Almeida e João Neto
Montagem: Chico Sassi e Chico Mozart
Mediadores: Thiago Lucena, Dani Cureau e Letícia Cureau
Identidade Visual: Piquenique Design
Produção de Conteúdo: Flávia Ilíada
Diagramação: Leonardo Vasconcelos
Assessoria de Imprensa: Luis Flávio Luz
Produção de web: Gabriel Lyra
Assessoria de imprensa
Luis Flávio Luz
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Nota do blogue: texto para divulgação. Divirjo no tocante a muitas informações, como aquela que reduz o cordel à forma com que é impresso, mas divulgo o evento, pois acredito que seu curador, o poeta e xilógrafo Arievaldo Viana, em suas oficinas, irá desfazer muitos mal-entendidos que ainda rondam a literatura de cordel.