domingo, 13 de maio de 2012

DOIS POEMAS DE MÃE





Mãe (Mário Quintana)

Mãe... São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o Céu tem três letras...
E nelas cabe o infinito.


Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disse
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer...


Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do Céu
E apenas menor que Deus!


Mães de Maio: DOR E LUTA

Autora: Salete Maria



Mães de Maio: dor e luta!

Mães de maio são mulheres

Que lutam pela Justiça

Metendo suas colheres

Nos malfeitos da polícia

Exibindo para o mundo

O resultado imundo

Deste Estado-milícia



São guerreiras incansáveis

Que abrem seus corações

Tristes e inconsoláveis

Contra novos esquadrões

Que em plena democracia

Causam morte e agonia

De imensas proporções



São senhoras combativas

Diversas e populares

Que exercem voz ativa

E ocupam seus lugares

Na luta cotidiana

Contra a polícia tirana

Que executa milhares



São o rosto da coragem

Deste Brasil desigual

Traduzem bem a imagem

Desta guerra desleal:

Cidadão versus Estado

De terror banalizado

E impunidade total



São elas progenitoras

Das vítimas do poder

Da polícia opressora

E da justiça que não vê

Jovens da periferia

Na mira da covardia

Marcados para morrer



São a vanguarda da luta

Contra o Estado assassino

Que tantas vidas encurta

Com seu sistema cretino

Onde jovens inocentes

Tidos como delinquentes

Tem a morte por destino



São grandes protagonistas

Do combate ao genocídio

Que salta à nossa vista

Travestido de homicídio

Em autos de resistência

Cheios de incoerência

E sem qualquer subsídio



São elas quem, no Brasil,

No ano dois mil e seis

Nesta “pátria mãe gentil”

Quando maio era o mês

Tiveram a vida mudada

Pela mais triste jogada

Que as fez “bola da vez”



Quando brigas intestinas

Entre gangues estatais

Ilegais ou genuínas

Porém entre maiorais

Expôs a ferida aberta

São Paulo ficou alerta

E o povo sofreu demais



Quando a polícia saiu

Pelas ruas da cidade

E o horror emergiu

Entre discurso e maldade

Pacatas donas- de-casa

Tiveram que criar asa

Contra a impunidade



Pois em torno de dez dias

Mais de 500 morreram

Em verdadeiras sangrias

Muitos jovens pereceram

Negros eram maioria

Dos pobres que ali havia

Quantos desapareceram?


Fontes: www.cordelirando.blogspot.com.br  (SALETE MARIA)