Questões como o preço dos e-readers e a própria falta do hábito de leitura são fatores preponderantes.
O Brasil vem aderindo lentamente à prática da leitura de e-books (livros digitais). A Bienal do Livro de São Paulo trouxe algumas iniciativas nesse sentido, como por exemplo, a disponibilização de obras on-line por parte de grandes livrarias, como a Cultura e a Saraiva, entre outras.
No entanto, a participação do mercado editorial digital frente ao mercado convencional de livros no Brasil ainda é muito tímida. De acordo com informações da Câmara Brasileira do Livro (CBL), o país conta com 10 mil títulos digitais. Apenas para efeito de comparação, nos Estados Unidos, onde a cultura da leitura de e-books já está bem disseminada, só a Amazon (líder de mercado neste segmento nos Estados Unidos) conta com aproximadamente 1 milhão de obras disponíveis on-line.
Em matéria publicada no site administradores.com, Carlos Carrenho, sócio fundador do Publish News, diz que o livro “A Cabana”, de William P. Young, teve 1.000 downloads contra 200 mil cópias vendidas em papel. Ele cita também o exemplo do título “Comer, rezar e amar”, de Elizabeth Gilbert, que teve 75 downloads versus 10 mil livros impressos.
Esses dados mostram que os e-books ainda não são muito populares entre os leitores brasileiros. Pesquisa realizada pela BISG (Book Industry Study Group) revela que 25% dos leitores estadunidenses já realizam esta atividade através de plataformas digitais.
Os problemas para a popularização dos e-books no país esbarram em questões que variam desde o preço cobrado pelos e-readers (aparelhos para leitura de livros em formato digital) até os próprios hábitos de leitura do brasileiro.
Com relação ao preço dos e-readers, o aparelho nacional Positivo Alfa custa a partir de R$ 400,00. Já o Kindle Fire, versão mais nova do tablet da Amazon custa em média R$ 750,00 por aqui. Nos Estados Unidos, o mesmo produto sai por US$ 199,00. Ou seja, o valor cobrado por esses produtos que permitem ao leitor ter diversos livros em único aparelho pequeno, leve, portátil e que pode ser utilizado em qualquer lugar, é muito alto.
O outro fator impeditivo para a popularização dos e-books no Brasil é que os brasileiros leem pouco. Dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasildivulgados em março de 2012 mostram que em 2011 o número de leitores representava 50% (88,2 milhões) da população com idade superior a cinco anos.
Além disso, a pesquisa também mostra que apenas 28% dos brasileiros elegem a leitura de livros, jornais e revistas como uma atividade que gostam de fazer em seu tempo livre. Em contrapartida, o estudo também aponta que 64% das pessoas concordam totalmente com a definição de que “ler bastante pode fazer uma pessoa ‘vencer na vida’ e melhorar sua situação socioeconômica”. Ou seja, as pessoas sabem que a leitura traz benefícios concretos, mas não veem a leitura como uma atividade prazerosa.
Para mudar esse cenário seriam necessárias diversas medidas, entre elas políticas públicas mais contundentes de incentivo a leitura e a popularização dos preços de e-books, que podem atuar como um atrativo a mais para a nova geração que se sente atraída pelas novas tecnologias.
Fonte: Cmais
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