sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Recife pede novas políticas para bibliotecas


População deveria cobrar de seus representantes a criação de novos pontos de leitura na capital pernambucana

Marcos Soares*

Espaços de aprendizagem,  bibliotecas são cada vez mais raras na cidade / Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem

Espaços de aprendizagem, bibliotecas são cada vez mais raras na cidade

Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem

Hoje, a mídia impressa está exibindo a situação de nossas bibliotecas públicas aqui na capital, principalmente a Biblioteca Pública do Estado que vem passando por uma longa reforma. Recife tem 1.536.934 habitantes, segundo o censo do IBGE em 2010. Considerada uma metrópole nacional, é a terceira mais densamente habitada do País, depois de São Paulo e Rio de Janeiro, e infelizmente só temos três bibliotecas públicas na capital, duas municipais – nos bairros de Afogados e Casa Amarela, que apesar das dificuldades continuam abertas para atender a população -  e a do Estado que fica em frente ao Parque Treze de Maio, na área Central, e que lamentavelmente só está com alguns setores em funcionamento.

Nem todo mundo tem um tablet e mesmo que tivesse jamais ele substituirá o valor histórico, social  e intelectual das informações encontradas nos livros existentes nas bibliotecas. A população precisa sim de mais bibliotecas públicas, seja no metrô - já existe um ponto de leitura na estação do Recife, mas que precisa ser ampliado para outras estações - ou ônibus-biblioteca, que um dia foi atuante na capital e foi desativado pelo governo que prioriza a “democracia”.

Proponho, como sugestões, que os órgãos como os conselhos de classe, associações, universidades e outros, comprometidos com a questão social, junto às pessoas físicas: bibliotecários, professores, pedagogos, historiadores, sociólogos, escritores, leitores e a população em geral, cobrem dos candidatos a prefeito e vereadores, projetos que possam melhorar as condições atuais das bibliotecas existentes e também a criação de novas bibliotecas e pontos de leitura no município, contribuindo assim para a alfabetização do saber, e não produzindo analfabetos funcionais.

O tempo está passando e a educação, que é prioridade de todos os cidadãos, vai ficando atrás dos trios elétricos, shows gratuitos - pagos com nossos impostos - propagandas partidárias e todos os apetrechos que são utilizados para disfaçar o caos educacional no Brasil, principalmente aqui em Recife, onde temos uma sede de leitura intensa.

Vamos começar a cobrar dos que nos “representam” ou deveriam nos representar na Câmara e na prefeitura: mais biblioteca para população, porque só o conhecimento pode sanar as mazelas sociais provocadas pela corrupção na política existente em nosso País.

*Marcos Soares é escritor e bibliotecário da UFPE
Fonte: http://jconline.ne10.uol.com.br