quarta-feira, 17 de outubro de 2012

SER/TÃO TEIMOSO


 SER/TÃO TEIMOSO

*
Conversando c’ um poeta,
Ouvi dele a explicação,
Que era muito cansativo
Nos versos a repetição
Me aconselhou não usar
No momento de rimar
Mesma finalização.
*
A conversa se estendeu
Cheia de animação
O assunto era o mesmo,
Só se falava em sertão,
E a nossa felicidade
Era matar a saudade
Do nosso amado rincão.
*
Relembramos as novenas,
Quermesses e procissão.
A festa da padroeira
Senhora da Conceição
E da bandinha do lugar
Que costumava tocar
Dando o tom da animação.
*
Não consigo esquecer,
Lembrei com satisfação
Das danças de quadrilhas
Ao som do rei Gonzagão
Dançando xote e xaxado
Na base do rebolado
Rodando pelo salão.
*
Nas festas o que não faltava
Pra nossa degustação
Era paçoca de carne
Bem pisada no pilão
Tira gosto especial
Lá no meu torrão natal
Inda hoje é tradição.
*
O sertanejo é resultado
De sua determinação
Assim como pega a faca,
Também faz sua oração
Estando certo ou errado
Ele manda seu recado
Dando sua entonação.
*
Esta conversa entoada
Fora de orientação,
Fiz seguindo minha regra
Sem pedir aprovação
Falei o que veio à mente
Pois sertão que a gente sente
Replica no coração!
*
Fotos e texto de Dalinha Catunda 
As fotos são de finais de tardes em Ipueiras - Ce