SEMPRE LEVO A VIDA COM SIMPATIA...
E MISTURO POESIA COM BOEMIA!
Se eu entro num gabinete
Estando lá uma senadora
E quem sabe, uma deputada
Ou a excelência governadora
Sou respeitoso cavalheiro,
Mas eu vou olhar primeiro
Para o decote da doutora...
No jogo da conquista
Não se pasma à patente
Minha engenheira chefe
Incomodava muita gente
Os colegas enciumados
Não igualmente tratados
Insinuavam frequentemente
Eu não dava bolas
A qualquer insinuação
Por que no final do ano
Divulgavam a avaliação
E numa coisa eu apostava
Meu nome sempre constava
Na lista de promoção
Um enigma no ar...
A minha doutora quis
Que na nossa relação
Divulgação não condiz
Para evitar entraves,
Fechar com sete chaves
Foi a promessa que fiz...
Das bela damas de nível
Não esqueço a dentista
Pois quando me atendia
Era mais uma analista
E por mim interessada
A cadeira foi transformada
Num divã pra conquista
Seria apenas cinco dias
A previsão do tratamento
Mas durou mais de mês
Por causa de um intento:
A tão jovem dentista
Com jeitinho de analista
Tornou o serviço lento
E após alguns dias
Telefonou-me de repente
Para eu ser atendido
No final do expediente
E ao chegar no consultório
Num único olhar simplório
Eu senti falta da assistente
Só eu e minha dentista
E todo tempo pra amar
Dispensara a assistente
Para comigo ficar
E o tratamento terminou
Como esse poeta sonhou...
De maneira espetacular!
E na sala de espera,
Um sofá bem arrumado
Na verdade, um sofá-cama
E um lençol perfumado
E deitamos nesse momento
Lá testamos o tratamento
Com um enlace apaixonado!
Antonio Alvares - Literatura de Cordel